Bori: a arte de dar comida aos Deuses

Por Marcello Moreira

“Se há em todas as peças da série bori a manifestação da mais extremada sacralidade e devoção, essa pregnância do sagrado só se torna possível por meio da mais bem acabada linguagem artística, que potencializa os significados de que estão dotados os elementos de que se constituem as peças”

Buru Buru: Chuva de Flor

Por Marcello Moreira

“essa flor, quando comida, traz saúde, e é comum que se tome banho de pipoca para limpar o corpo; quando, na cidade da Bahia, um pai ou mãe-de-santo dá banho de pipoca em alguém, abençoa esse que assim se lava, que assim se purifica”

Entre o Sêmen e o Dendê

Por Mateus Raynner de Souza

“A ancestralidade que este corpo negro nos remete abre um leque de possibilidades que modificam nossa forma de pensar e ver o mundo”

 

 

 

Narrativas Corpo Ritualizadas

Por Luiz Carlos Pinheiro e Denise Conceição Ferraz

“Este trabalho propõe reflexões acerca das obras Transmutação da Carne (2005) e Bori (2009) vivenciadas pelo artista visual Ayrson Heráclito, e localizadas na fronteira entre a experiência religiosa, a performance, a fotografia e o audiovisual”

 

 

O Sacudimento às Margens do Atlântico

Por Marcello Moreira

“O sacudimento operado por Ayrson Heráclito não tem por finalidade afugentar espíritos de escravos que porventura ainda estivessem entre nós: como se verá, ela é ação interveniente na história, esta, o seu verdadeiro objeto”

 

Ayrson Heráclito e a Reunião das Margens Atlânticas

Entrevista com Marcello Moreira

“Gorée espanta-me como local de pouso, de passagem, mas para um mundo outro, o da outra margem atlântica, em que se vai viver
integrado no sistema colonial-escravista”

Física da Pérola Negra

Por Marcello Moreira

“No mito que se narra nos candomblés baianos, há uma sutil transição entre as pústulas que recobrem o corpo do Deus, quando este ainda é infante, e as pérolas, que tomam o lugar das chagas quando Oluaiê se nos apresenta no auge de sua virilidade e força”

 

Diálogos afro-diaspóricos na obra de Ayrson Heráclito

Marcelino Rodrigues

“Na materialidade de seus trabalhos o sal, o dendê, o açúcar, a carne de charque, peixe, os sangues, entre outros, dão significados a narrativas afro-atlânticas sobre a presença negra no período escravista brasileiro com suas transmutações e lutas no pós-abolição”

A camada invisível

Por Alejandra Hernández Muñoz

“É desse “não-lugar” que a arte de Ayrson Heráclito nos resgata, mediante uma poética visual que faz da fronteira entre ética e estética sua matéria de pesquisa e debate”

Dendê é o sangue

Por DOSSIER 036 Videobrasil

“Para Heráclito, escravidões contemporâneas como fome, miséria e discriminações dialogam incessantemente com o jugo colonial”

O Espelho de Heráclito

Por Neyde Lantyer

“Sua obra é a epifania de um artista em processo de reconciliação com um legado cultural que foi recalcado – no sentido freudiano do termo – pelo conservadorismo e o racismo estruturais da nossa sociedade”

Ecologia de Pertencimento

Por Danillo Barata

“Nos estudos sobre o sistema colonial, a questão da escravidão chamou sua atenção. O senhor de engenho, as logomarcas dos senhores, dos engenhos, as peças de negros. Toda essa cosmogonia era, de certa maneira, apropriada ao trabalho”

Ayrson Heráclito, artista visual afro-brasileiro contemporâneo

Por Nelma Barbosa (capítulo de tese)

“O esforço investigativo do presente trabalho consistiu na intenção de identificar e analisar o processo de constituição do discurso de identidade afro-brasileira na arte contemporânea”

Entrevista com Ayrson Heráclito

Por Naiara Ciotti

“pensando, digamos assim, nessa luz anti-apagamento promovida pelo processo todo de invisibilização do povo, do corpo e da cultura afrobrasileira traz também as curas que esse mesmo corpo nos deixou, nos legou”

Heráclito, o colecionador

Entrevista para Marcello Moreira

“Há, é claro, o investimento propriamente monetário. É preciso gostar mais de arte do que de dinheiro para ser um verdadeiro colecionador”